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Já ouviu falar em neuroplasticidade cerebral? Entenda como funciona!

Você já percebeu que as crianças têm muito mais facilidade para tocar algum instrumento musical ou para aprender um novo idioma? Isso não se deve simplesmente ao fato de que elas são novas, mas sim porque seus cérebros são super flexíveis, e graças à neuroplasticidade cerebral, que na infância acontece com muito mais intensidade.

Ao contrário do que algumas pessoas pensam e embora possa ocorrer em qualquer momento da vida, a neuroplasticidade não desaparece com o passar do tempo. De acordo com as adaptações que forem necessárias, a produção e a reorganização neural também acontecem em jovens, adultos e idosos.

Neste post, apresentaremos o conceito de neuroplasticidade cerebral, como funciona, quais os tipos existentes, além dos fatores e condições que podem estimular essa dinâmica. Continue a leitura e confira!

O que é neuroplasticidade cerebral?

Até meados do século XIX, entre os neurocientistas ainda predominava o pensamento de que o cérebro seria um órgão pré-moldado e estático. Contudo, desde os anos 1960 essa ideia mudou.

Por meio de estudos pioneiros conduzidos por Michael Merzenich, professor emérito da University of California, San Francisco (UCSF), passou-se a defender que, em resposta a estímulos e experiências ao longo de toda a vida, é possível criar novos circuitos e conexões neuronais. Com isso, haveria mudanças funcionais no cérebro.

Nesse sentido, as teorias desenvolvidas por Merzenich e outros neurocientistas contemporâneos sobre neuroplasticidade cerebral abriram perspectivas revolucionárias — tanto para bebês e crianças com dificuldades de aprendizado quanto para pessoas com lesão no cérebro decorrente de doenças, como o acidente vascular cerebral (AVC), de um trauma ou até mesmo de estresse.

Neuroplasticidade cerebral, portanto, trata-se de quando os neurônios se alteram e entra em ação a capacidade que o cérebro tem para se reorganizar, reestruturar e se adaptar de acordo com o ambiente e as circunstâncias. Isso acontece graças à produção de mais neurônios e à possibilidade de se fazer novas conexões entre eles, a partir de mudanças significativas que o indivíduo sofre.

Como funciona?

Por meio de testes com animais nas décadas de 1970 e 1980, Merzenich demonstrou que, de acordo com a atividade praticada, as sinapses e os circuitos neuronais se modificam rapidamente. Em uma das experiências, o cientista rearranjou os nervos na mão de um macaco e pôde observar que as células do córtex sensorial do animal rapidamente se reorganizaram, a fim de elaborar e criar um novo mapa mental daquele membro.

Um bom exemplo de caso de neuroplasticidade cerebral é de uma pessoa com algum tipo de deficiência, como deficientes visuais, que acaba desenvolvendo melhor todos os outros sentidos. Isso acontece porque o cérebro procura criar conexões neurais com o objetivo de compensar a condição de cegueira e promover uma adaptação a essa circunstância adversa.

Quais os tipos de neuroplasticidade cerebral?

Agora que você já sabe o conceito e como essa dinâmica acontece no cérebro, conheça também os diferentes tipos de neuroplasticidade.

Plasticidade axônica

Existe uma fase da vida em que há maior ocorrência de neuroplasticidade cerebral, conhecido como período crítico, que acontece por meio da plasticidade ontogenética ou axônica. Estamos falando do período que vai de zero a dois anos de idade (para grande parte dos autores). Trata-se de uma fase fundamental para o desenvolvimento normal do sistema nervoso.

Plasticidade dendrítica

Principalmente nas etapas iniciais de desenvolvimento de um indivíduo, a plasticidade dendrítica é caracterizada por alterações na disposição espacial, no comprimento, no número e na densidade das espinhas dendríticas.

Por sua vez, essas espinhas dendríticas constituem-se de micropetídeos privilegiados, que concentram tanto íons quanto pequenas moléculas influentes e responsáveis pelas ondas cerebrais e pela transmissão de informações de um neurônio para o outro.

Plasticidade somática

Esse modelo de plasticidade pode ser compreendido como a capacidade de regular a morte ou a proliferação de células nervosas. Assim, o sistema nervoso central embrionário não responde a influências do meio externo, e somente ele é dotado dessa capacidade de regulação.

Nesse cenário, a utilização de células-tronco é uma das esperanças na recuperação somática. Isso porque, além de gerar cópias idênticas de si mesmas, esses tipos de células diferenciam-se, constituindo diferentes tecidos no organismo.

Plasticidade sináptica

Esse tipo de neuroplasticidade cerebral é caracterizado por modificações nas sinapses entre as células nervosas. Em 1949 um psicólogo canadense, Donald Hebb, pressupôs que o nível de atividade é capaz de alterar a força da conexão sináptica entre dois neurônios.

Tal constatação ficou conhecida como “Lei de Hebb”, algo como uma “musculação sináptica”. Esse conceito trata de um mecanismo de detecção de coincidências temporais nas descargas neuronais, em que:

  • caso dois neurônios estejam simultaneamente ativos, suas conexões são reforçadas;
  • se apenas um neurônio estiver ativado em dado momento, suas conexões são enfraquecidas.

Plasticidade de regeneração

No caso de axônios afetados ou lesados, a plasticidade de regeneração promove seu crescimento novamente. Ela é facilitada pelas células não neurais que compõem o microambiente dos tecidos, e ocorre com mais incidência no sistema nervoso periférico, responsável por conectar o sistema nervoso central com outras partes do corpo de um indivíduo.

Entretanto, um mistério para a neurociência é que no sistema nervoso central há uma grande dificuldade ou até mesmo uma impossibilidade de regeneração.

Embora existam regiões restritas do sistema nervoso central adulto que mantenham a capacidade proliferativa de neurônios que se degeneram, ao contrário do sistema nervoso periférico, as reações regenerativas do sistema nervoso central, se e quando ocorrem, geralmente não garantem uma recuperação funcional.

Quais os fatores e condições que podem estimular a neuroplasticidade cerebral?

A boa notícia é que existem meios de induzir a plasticidade dos neurônios com simples atitudes no dia a dia que nem demandam tanto tempo. Assim, muitos quadros desfavoráveis podem ser revertidos com estímulos diários, tais como:

  • colocar o cérebro para trabalhar;
  • cuidar do bem-estar e do equilíbrio da mente;
  • pegar outros caminhos ou mudar rotas rotineiras;
  • exercitar os dois lados do cérebro;
  • mudar hábitos de vida;
  • manter uma alimentação saudável;
  • escutar música;
  • meditar etc.

Por fim, pesquisar, estudar e fazer cursos ligados ao tema são as melhores maneiras de entender mais sobre a neuroplasticidade cerebral e outros assuntos relacionados. Para isso, procure instituições renomadas e especializadas na área.

Gostou deste post e quer seguir com seu aprendizado sobre neuroplasticidade cerebral? Entenda também o que acontece no cérebro de quem medita!

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